Rodrigo P. Silva, doutor em Teologia
Professor de Novo Testamento no Salt, Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP
Resumo: Grupos antitrinitarianos dissidentes do adventismo têm
 alegado que a doutrina da Trindade foi formulada no Concílio de Nicéia 
(325 d.C.), sob a influência do imperador romano Constantino. O presente
 artigo demonstra a existência de várias alusões à Trindade já nos 
escritos dos Pais da Igreja pré-nicenos. O autor analisa o significado 
histórico daquele evento e seus antecedentes teológicos, bem como o real
 papel de Constantino no processo.
Abstract: Adventist off shut anti-Trinitarian groups have 
claimed that the doctrine of the Trinity was formulated at the  Council 
of Nicea (A.D. 325), under the influence of the Roman emperor 
Constantine. The present article demonstrates the existence of several  
allusions to the Trinity in the writings of the ante-Nicean Church 
Fathers. The author  analyzes the historical meaning of that event and 
its theological antecedents, as well as the real role of Constantine in 
that process.
Introdução
Entre os vários ataques produzidos por movimentos antitrinitarianos 
está o argumento histórico de que a Trindade é fruto do Concílio de 
Nicéia e constitui, portanto, um dogma de Constantino. Tal alegação pode
 ser encontrada tanto em sites da Internet quanto nos materiais 
publicados por grupos dissidentes do adventismo.
Em matéria veiculada pelo site www.adventistas.com, Ennis Meier 
declarou que “o Concílio de Nicéia deu origem à crença em três deuses. A
 crença na trindade de pessoas Divinas não teve origem na Bíblia, mas no
 Concílio ou Sínodo de Nicéia, o primeiro concílio ecumênico da 
história, no qual participaram 318 bispos, no ano 325 da era cristã”.1.
Suas considerações acerca do encontro chegam ao ponto de sustentar 
que “a formulação do dogma contra Ário marcou oficialmente o surgimento 
da Besta do Apocalipse”.2 Tal afirmação destoa fortemente de todas as interpretações do adventismo histórico,3 inclusive de Ellen White,4 que viam nesta besta uma alusão não a Constantino, mas ao papado, especialmente a partir do quarto século.
Embora com Constantino a Igreja enfrente um profundo processo de 
apostasia, é importante lembrar que as nuances proféticas de Apocalipse 
13 aludem a um período posterior que se inicia com a supremacia papal e o
 início dos 1.260 anos em 538 d.C. Constantino não foi um papa. Mesmo 
que tenha agido como líder da Igreja nalgum momento, nunca arvorou para 
si o título de Pontifex Maximus do cristianismo.  Ademais, o bispo de 
Roma não possuía no quarto século o poder político-absolutista que faria
 do papado a maior autoridade no mundo ocidental. Logo, seria estranho 
vincular Constantino à imagem da Besta de Apocalipse 13.5
Munido da referência a um site que promove o ateísmo, outro escritor 
que se denomina “irmão X” também se valeu da contundente afirmação de 
que “com Constantino começa a criação da Trindade”.6
 Ele ainda acrescenta que o voto dos bispos a favor da posição 
trinitariana se deu por pressão do imperador, que precisava do respaldo 
conciliar. Ora, o estranho é que Constantino não se valia de “votos” 
para fazer cumprir seus desígnios. Apenas expedia um decreto (como o fez
 no edito de Milão e no decreto dominical) e todos se sujeitavam. Por 
que, então, no caso da Trindade, dependeria do apoio episcopal da 
Igreja? Bastava-lhe um anúncio imperial e o dogma estaria oficializado. 
Esta questão não parece ter sido avaliada por nenhum dos artigos até 
agora apresentados.
Seguindo no mesmo viés de Meier e do “irmão X”, Ricardo Nicotra 
também advoga que este período de “paganização” [sic] do cristianismo 
foi o berço da trindade, e ainda acentua que é “importante lembrar que o
 Concílio de Nicéia não estabeleceu apenas os fundamentos para a 
doutrina da Trindade. Outras decisões foram tomadas pelos bispos da 
igreja católica em 325.”7 Estas decisões, conforme exemplifica o autor, envolviam a transferência do dia de descanso semanal do sábado para o domingo.
Embora este último autor, citando uma fonte da Internet (Wikipedia), 
cometa um erro de natureza histórica ao vincular o domingo a Nicéia – 
pois é sabido que o decreto dominical de Constantino data de quatro anos
 antes do Concílio (321 d.C.)8
 – sua conclusão deve ser analisada para ser bem compreendida. Para ele,
 uma vez que Constantino convocou a reunião, conclui-se que o mesmo 
homem que promulgou a primeira lei dominical foi o “pai do dogma da 
Trindade”. Isto, é claro, deduzindo como certa a idéia de que tal 
doutrina teria seu início em Nicéia. Se for assim, a crença em um Deus 
Triúno seria tão herética quanto a guarda do domingo, pois viriam da 
mesma fonte apóstata.
O objetivo, portanto, deste artigo é avaliar a procedência histórica 
de tal afirmação. Ou seja, seria a Trindade um dogma de Constantino? 
Suas origens se devem ao Concílio de Nicéia?
Para responder a estas perguntas, é necessário que recorramos aos 
escritos dos primeiros pensadores cristãos que viveram entre o segundo e
 o terceiro século, isto é, imediatamente depois do período apostólico e
 antes do Concílio. A lógica é simples: se o argumento antitrinitariano 
estiver certo, ou seja, se a Trindade é mesmo uma doutrina 
constantiniana, não devemos encontrar neste período inicial nenhuma 
defesa à ideia de um Deus Triúno. Pelo contrário, o ensinamento da época
 deverá ser bem diferente, afirmando que Cristo é apenas um segundo ser 
existente depois do Pai, e o Espírito Santo uma emanação impessoal de 
ambos.
Em seguida a este excurso pelos Pais da Igreja, apresentaremos 
brevemente uma análise dos elementos que motivaram o Sínodo Niceno. É 
importante verificar qual a real atuação de Constantino em todo o 
processo. Ademais, um balanço desapaixonado do evento revelará que 
consequências, de fato, Nicéia trouxe para a Igreja, pois, pelo que se 
percebe nalguns autores, há a tendência de se atribuir ao encontro 
elementos de apostasia que não fizeram parte de sua pauta.9
Não se trata, portanto, de um artigo bíblico-exegético, mas de uma 
pesquisa de cunho histórico. Logo, não se deve estranhar a ausência de 
textos bíblicos neste estudo. As bases bíblicas da Trindade são 
apresentadas noutros artigos e se mostram excelentes. A discordância de 
alguns não autoriza concluir que tais bases não existam. Afinal, muitos 
também negam a validade do sábado no Novo Testamento, embora os 
adventistas há mais de um século venham evidenciando a solidez bíblica 
deste ensinamento.
Pais da Igreja
Em relação ao recurso que se faz aos Pais da Igreja que viveram antes de Nicéia,10
 percebe-se que existe uma aproximação por demais piedosa por parte de 
autores católicos e outra mais cautelosa por parte de autores 
protestantes. É que o catolicismo sempre aceitou a tradição pós-bíblica 
como legítima fonte de doutrinas,11
 o que eleva os Pais da Igreja à categoria de “ autores inspirados”, 
cuja função norteadora era a mesma atribuída aos escritores bíblicos.12 Já o protestantismo com seu ideal de sola scriptura preferiu ver nos escritos dos Pais apenas uma loca probantia
 da teologia sistemática, ou seja, estudá-los como testemunhas 
históricas do comportamento progressivo de uma doutrina através dos 
tempos e não como fonte autoritativa de uma crença.13
Com estes elementos em mente, é importante desdobrar alguns 
esclarecimentos em relação às citações patrísticas que, a seguir, serão 
feitas. Uma abordagem adventista destes escritores compreenderá que:
1) Os Pais da Igreja testemunham o modo como o cristianismo 
primitivo, antes de sofrer qualquer influência do catolicismo medieval, 
entendia certas passagens das Escrituras. Assim, podem oferecer uma 
visão mais desanuviada das doutrinas apostólicas, pois alguns deles, 
como Clemente de Roma e Policarpo, conheceram pessoalmente os apóstolos e
 receberam aprovação destes como líderes da Igreja.
2) Embora não se possa dizer que houvesse uma perfeita “unanimidade 
de pensamento” neste período, é possível afirmar que eles já tinham bem 
nítida a diferença entre ensino apostólico (ortodoxia)14 e os movimentos heréticos, especialmente aqueles oriundos de Marcion e do gnosticismo.15
 Elementos básicos da fé como a filiação divina de Cristo, sua 
encarnação, o juízo final e outros já estavam firmemente estabelecidos 
desde os tempos antigos.
3) Devido ao caráter historicamente inicial de seus tratados, é 
importante que o leitor não busque em seus argumentos a nomenclatura 
teológica própria dos tempos pós-nicenos. Termos que mais tarde passaram
 a ser técnicos na teologia não possuíam ainda aquele tratamento unânime
 e cuidadoso que se exigirá de um tratado teológico contemporâneo. Hypostasis,
 por exemplo, era um termo usado por alguns escritores para referir-se à
 pessoa, enquanto outros o empregavam como sinônimo de substância.16 
 O mesmo se dá com seus conceitos que por estarem numa sistematização 
inicial não abarcarão todos os detalhes de uma discussão que lhes é 
posterior.
4) A despeito de seu grande valor testemunhal, os Pais da Igreja não 
devem ser usados como fonte de doutrina. Na verdade nenhum deles 
reclamou para si inspiração divina ou se declarou profeta. A fonte 
básica e única da fé cristã era e continua sendo a Bíblia. Quaisquer 
escritos posteriores servirão apenas para facilitar a compreensão do que
 está no Santo Livro e não para produzir novas crenças.
5) O valor testemunhal destes escritores está representado 
profeticamente na carta apocalíptica à Igreja de Esmirna (Ap 2:8-11), 
pois foi neste período que eles viveram. Note que nenhuma repreensão é 
apresentada em relação aos cristãos daquele tempo. Pelo contrário, sua 
fé é elogiada com muito vigor, pois muitos deles tiveram que assinar seu
 testemunho com o próprio sangue de seu martírio.
6) É importante repetir que o proposto neste artigo não é endossar 
indiscriminadamente toda doutrina dos Pais da Igreja, mas verificar, 
pelo seu testemunho, se a Trindade era crida na Igreja pré-nicena ou se,
 como dizem alguns, seria fruto apenas do Concílio ocorrido no quarto 
século.
Trindade antes de Nicéia
Uso do termo “Trindade”
Uma verificação no index geral da Ante-Nicene Fathers e da Sources Chrétiennes17
 que formam a coleção de todos os escritores cristãos mais antigos 
(inclusive os anteriores a Nicéia) nos mostra que muito antes do 
Concílio, a crença na Trindade já havia sido sistematizada entre os 
cristãos. Aliás, o próprio termo latino “Trindade” foi usado em 212 d.C.
 por Tertuliano, 113 anos antes de Nicéia! Falando da Igreja de Deus, 
ele menciona o Espírito “no qual está a Trindade de uma Divindade: Pai, 
Filho e Espírito Santo” (in quo est trinitas unius diuinitatis, Pater et Filius et Spiritus sanctus)18.
A tradução latina da obra de Orígenes também menciona o termo ao 
considerar que “o batismo de salvação não está completo a não ser [que 
seja exercido] pela autoridade da excelentíssima Trindade de todos eles,
 que é constituída do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim, temos 
ajuntado o nome do Espírito Santo ao Deus eterno e ao seu único Filho”.19 
 Tal comentário torna-se relevante se entendermos que, talvez já nesse 
tempo, houvesse alguma controvérsia quanto à fórmula batismal e a 
genuinidade de Mateus 28:19.
Teófilo, escrevendo quase meio século antes de Tertuliano e Orígenes, usa a expressão Triados, que certamente seria uma equivalência semântica de trinitas ou
 seu original em grego. Note a comparação poética que ele usa ao 
relacionar a Trindade ao primeiro capítulo de Gênesis: “os três dias que
 estão antes dos três luminares [da Criação] são tipos da Trindade (Triados) de Deus”.20
Levando-se em consideração que Teófilo fala de “tipos da Trindade”, é
 razoável supor que ele não esteja falando de algo novo ou criando um 
neologismo. A expressão textual supõe o uso de um termo já conhecido 
entre os leitores. Logo, não seria estranho imaginar que o mesmo 
vocábulo aparecesse em outros escritos do mesmo período que se encontram
 perdidos em nossos dias.
Assim, retrocede para cerca de um século e meio antes de Nicéia o uso
 técnico do termo Trindade, legitimamente reconhecido na literatura 
cristã. Mas talvez alguém pergunte: por que este termo não aparece na 
Bíblia? Para responder a esta questão é preciso compreender que, a 
partir do século segundo, o centro missiológico da Igreja transferiu-se 
em definitivo do ambiente judeu-palestino para o mundo greco-romano. O 
trabalho iniciado por Paulo entre os gentios vê-se finalmente 
estabilizado no ambiente gentílico e começa a gravitar em torno de 
questões que não haviam sido levantadas no ambiente judaico.
A Igreja viu-se, então, obrigada a expressar sua fé de um modo 
compreensível para aqueles que não vinham de uma cultura 
vétero-testamentária, mas tinham seu pensamento regido pelos conceitos 
da filosofia grega. Questões ontológicas antes não sistematizadas 
começaram a invadir os círculos cristãos e, deste modo, os escritores 
tiveram de cunhar termos helenísticos para tornar inteligível a fé do 
Novo Testamento. Contudo, tal exercício não significava de modo nenhum 
uma apostasia do ensino apostólico. O próprio João usou o conceito 
filosófico do logos para expressar com continuidades e diferenças
 a doutrina da encarnação numa linguagem compreensível aos efésios 
influenciados pela doutrina de Heráclito.
Conceitos patrísticos sobre a Trindade
Clemente de Roma, que viveu no fim do primeiro século, escreveu por 
volta do ano 96 uma carta de conforto aos cristãos de Corinto, que 
estavam sendo perseguidos por Domiciano (o mesmo imperador que deportou 
João para a ilha de Patmos). Ao falar da união da Igreja ele diz: “Não 
temos nós [todos] um único Deus e um único Cristo? E não há um único 
Espírito da Graça derramado sobre nós?”21
 Embora este não seja um texto de “defesa” da Trindade, chama-nos a 
atenção sua “linguagem trinitariana” que subentende uma ideia triúna de 
Deus. Outros autores são ainda mais claros em sua exposição.
Inácio († 105 d.C.), que foi o segundo sucessor de Pedro como pastor em Antioquia,22
 também ensinava a doutrina da Trindade. Mártir durante o reinado de 
Trajano, ele escreveu uma epístola aos cristãos da Trália, dizendo-lhes 
que, a despeito do sofrimento, continuassem “em íntima união com Jesus 
Cristo, o nosso Deus”23
 – o que acentua a ideia da divindade de Cristo. Num outro manuscrito, 
onde uma versão mais longa é preservada, o mesmo autor adverte os irmãos
 contra aqueles que ensinavam doutrinas contrárias à fé dos apóstolos. 
Entre seus ensinos equivocados estaria a ideia de que “o Espírito Santo 
não existe” e que “o Pai, o Filho e o Espírito Santo seriam a mesma 
pessoa”.24
Justino, cognominado “o Mártir”, foi outro que escreveu várias 
apologias em favor do Cristianismo e contra a supremacia da filosofia 
grega. Num de seus textos, concluído por volta de 160 d.C., ele diz: “Já
 que somos considerados ateus, nós admitimos nosso ateísmo em relação a 
estes [vários] tipos de deuses [do politeísmo]. Mas, no que diz respeito
 ao verdadeiro Deus, o Pai da justiça e temperança …, ao Filho, … e ao 
Espírito Profético, [saibam que] nós os adoramos e reverenciamos.”25
Atenágoras, também respondendo à acusação de serem os cristãos 
chamados de ateus por não aceitarem o politeísmo pagão, escreveu em 175 
d.C.: “Ora, quem não ficaria perplexo em ouvir chamar de ateus pessoas 
que pregam de Deus o Pai, de Deus o Filho e do Espírito Santo e que 
declaram serem um no poder, mas distintos na ordem?”26
 Noutra passagem ele ainda diz:  “Os cristãos reconhecem a Deus e a seu 
Logos. Eles também reconhecem o tipo de unicidade que o Filho tem com o 
Pai e que tipo de comunhão o Pai tem com o Filho. Ademais, eles sabem o 
que é o Espírito e que a unidade é [formada] destes três: O Espírito, o 
Filho e o Pai”.27 “Nós reconhecemos um Deus, um Filho e um Espírito Santo, os quais são unidos na essência.”28
Ireneu de Lion é outro importante autor deste período. Convertido na 
adolescência, ele foi discípulo de Policarpo que, por sua vez, foi 
discípulo do apóstolo João. Sua principal obra, intitulada Contra heresias,
 dispõe de cinco volumes e foi escrita por volta de 177 d.C. Respondendo
 às idéias gnósticas de seu tempo, ele toma o cuidado de diferenciar, 
por exemplo, o “fôlego [espírito] de vida” dados às criaturas em geral, 
do “Espírito Santo”, que é Deus habitando com o crente.29
Explicando ainda que Deus é diferente dos homens, Ireneu fala da 
Palavra e da Sabedoria do Criador como sendo duas pessoas divinas unidas
 a uma terceira (o Pai) numa única divindade.30
Hipólito (c. 205 d.C.), autor do mais antigo comentário de Daniel de 
que dispomos, disse que “a Terra é movida por estes três: o Pai, o Filho
 e o Espírito Santo”.31
 Noutra passagem, após citar a fórmula batismal em nome do Pai, do Filho
 e do Espírito, ele demonstra que já no seu tempo havia os que negavam 
esta doutrina, pois diz: “qualquer um que omitir um destes três, falha 
em glorificar a Deus de um modo perfeito. Pois é por meio desta Trindade
 (Triados) que o Pai é glorificado.”32
Sendo o último teólogo de peso a escrever em grego e não em latim, 
Hipólito merece um destaque por ter sido, nas palavras de W. Walker, “um
 dos primeiros antipapas” da história.33
 Ele foi veemente em sua oposição a Calixto, bispo de Roma, que já 
naqueles idos pretendia a centralização do poder. Calixto chegou a 
disciplinar Hipólito por sua teologia acerca do Logos divino, o 
que demonstra que seus conceitos trinitarianos provinham de sua 
consciência, e não de uma imposição arbitrária do bispo de Roma.
Cipriano ( † 250 d.C.), que também cita como válida a fórmula batismal mateana,34 explicando que “ele [o evangelista] sugere aqui a Trindade, na qual as nações foram batizadas”.35
Embora a crítica textual coloque como espúrio o texto de 1 João 5:7,36 
 é digno de nota que Cipriano parece fazer referência a esta 
interpolação quando diz: “O Senhor disse: ‘Eu e o Pai somos um’  e 
novamente está escrito acerca do pai do Filho e do Espírito Santo: ‘e 
estes três são um’”.37 É claro que tal citação, indireta, não é suficiente para qualificar como digna a interpolação da comma joanina.
 Não obstante, é possível assumir que esta interpolação ou parte dela já
 fosse conhecida pelos pais latinos bem antes de Nicéia.
O que aconteceu em Nicéia?
Antecedentes teológicos
Por volta de 325 d.C. a igreja estava dividida por uma polêmica 
teológica iniciada no Egito. Um grupo liderado por Ário e Eusébio de 
Nicomédia, ensinava que Cristo era um semi-deus “semelhante”, porém não 
totalmente igual, ao Pai. Outro, liderado por Alexandre, ex-bispo de 
Ário, e por Atanásio, via nisto uma aproximação muito perigosa com o 
gnosticismo divulgado no Egito. Eles lembravam que a confissão mais 
antiga dos cristãos dizia que Cristo está em pé de igualdade com Pai. Já
 um terceiro grupo liderado por Eusébio de Cesaréia (um adulador de 
Constantino, segundo Ellen White38), via com neutralidade a questão e preferia propor com urgência uma declaração que abarcasse os dois lados.
Para entender as bases do ensino ariano e da preocupação de Atanásio 
quanto a este tipo de abordagem, é importante compreender a sedução 
intelectual da filosofia grega sobre a teologia do quarto século. Ellen 
White comenta de modo muito apropriado que “mesmo antes do 
estabelecimento do papado, os ensinos filosóficos pagãos haviam recebido
 atenção e exercido influência na igreja”.39
O que era para ser apenas uma abordagem da fé para o mundo 
greco-romano tornou-se uma sobreposição do helenismo sobre a teologia 
cristã. Embevecidos pela cultura grega, Ário e seus discípulos não 
conseguiram escapar à sedução da filosofia gnóstica tão disseminada 
entre os alexandrinos. Para estes, o maior problema da existência humana
 estava no dualismo idealizado por Platão e aprofundado por correntes 
posteriores. Era um pressuposto inquestionável acreditar que o espírito 
(naturalmente bom) e a matéria (naturalmente má) jamais coexistiam em 
sintonia. Se assim o fosse, o primeiro seria contaminado pelo último.
Portanto, o desafio agora era adequar doutrinas judaico-cristãs a 
este universo de idéias que não admitia a matéria como criação direta de
 um Deus-Espírito, nem a encarnação como uma realidade tangível. Se Deus
 houvesse criado o mundo ou se encarnado de verdade, sua divindade 
estaria seriamente comprometida – pensavam os gnósticos.
Assim, modelos alternativos foram criados para acomodar a doutrina 
cristã a este padrão filosófico. Um destes pode ser visto nos 
manuscritos coptas (sahidico) encontrados por James Bruce, em 1769. Para
 resolver o problema da existência da matéria que não poderia ser 
atribuída a um Deus-Espírito, eles diziam que o Altíssimo criou um deus 
menor que exerceu o papel de artífice (demiurgo) para a criação do 
mundo. Assim, a matéria veio à existência sem que Deus se contaminasse 
criando-a diretamente com as mãos. Cristo era este artífice que hoje se 
faz presente no mundo através do espírito (pneuma) que é sua energia 
impessoal. O conhecimento disto (gnosis) é o que salva a humanidade.
Convocação conciliar
Enquanto o cristianismo apostólico era a democratização do mistério 
de Deus – conceito herdado do judaísmo – o gnosticismo era a 
sofisticação do mistério, pois o seu entendimento não advinha de uma 
revelação mas da compreensão racional dos iniciados que não tinham 
dificuldades intelectuais para explicá-lo. Para eles, o que fugia à 
compreensão racional não era doutrina de Deus e isso estava causando uma
 preocupante divisão no cristianismo do Egito e de Antioquia (cidade 
natal de Ário). Por isso, Alexandre e Atanásio escreveram cartas a Roma 
pedindo um encontro que pusesse termo à questão.
Eusébio e seus seguidores também queriam a todo custo pôr fim à 
disputa, não porque estivessem preocupados com a ortodoxia da doutrina, 
mas porque temiam que uma divisão, àquela altura dos acontecimentos, 
fizesse a Igreja perder os privilégios que Constantino estava 
promovendo.
O próprio imperador, ao contrário do que muitos pensam, não tinha 
interesse algum em “promulgar” uma doutrina trinitária para a Igreja. Já
 fizemos menção no início de que, se este fosse o seu intento, não 
precisaria convocar um Concílio para endossar o seu desejo. Bastava-lhe 
repetir o ato de quatro anos antes, quando promulgou o decreto 
dominical, e assinar um edito ordenando a todos que adorassem ao 
Deus-Triúno.
Ademais, Constantino nem possuía conhecimento suficiente para se posicionar diante da controvérsia que ocupava a teologia grega.40
 Uma carta por ele enviada por meio do bispo Hósio de Córdova confirma 
seu desconhecimento doutrinário a este respeito. Ali ele afirma que o 
problema que os bispos estavam discutindo acerca da natureza de Cristo 
era “uma questão sem proveito”.41
Foram os próprios bispos que o convenceram a convocar o Concílio para
 resolver a questão e o partido trinitariano de Alexandre era, sem 
dúvida, o mais fraco de todos. Chega a ser um milagre que o texto de 
Nicéia não tenha favorecido o arianismo porque estes, certamente, tinham
 mais recursos políticos que Atanásio e Alexandre. Tanto o é que, embora
 os arianos fossem derrotados no Concílio, os partidários de Eusébio de 
Nicomédia empreenderam uma verdadeira campanha, após Nicéia, para 
derrotar Atanásio e restaurar Ário ao poder.
O mais surpreendente é que, protegido pelo imperador, Ário começou, 
de fato, a reconquistar seu poder que perdera e a influenciar a política
 da igreja. Eusébio, por sua vez, convenceu Constantino a enviar 
Atanásio para o desterro e recolocar Ário em seu lugar como bispo de 
Alexandria – o que quase aconteceu, não fosse o falecimento de Ário na 
noite anterior à cerimônia de sua investidura, em 336 d.C. Assim, o 
plano era que o imperador convocasse um novo Concílio corrigindo Nicéia e
 desse ganho de causa aos arianos.
Sob tais circunstâncias, a fé trinitária parecia, se não oficialmente
 renegada, praticamente condenada, principalmente depois que Constantino
 declarou seu desejo de ser batizado por Eusébio de Nicomédia num ritual
 antitrinitariano. A chamada fé nicena só não chegou ao fim, porque 
Constantino acabou morrendo em 22 de maio de 337, poucos dias depois de 
ser batizado.
Dois últimos aspectos ainda precisam ser esclarecidos: a grande 
discussão do Concílio de Nicéia não era a Trindade em primeiro lugar, 
mas a natureza de Cristo em relação ao Pai. Foi somente no credo de 
Atanásio, produzido posteriormente, que o assunto “Trindade” apareceu de
 modo mais claro. Além disto, é importante notar que o credo niceno não 
diz nada quanto ao Espírito Santo ser ou não uma pessoa. A literatura 
antitrinitária se confunde na seqüência histórica apresentando como 
“Credo Ciceno” o que na verdade seria o Credo Niceno-Constantinopolitano
 de 381, proclamado depois da morte de Constantino.42
A Confissão Nicena de 325 se apresenta da seguinte maneira:
Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas 
visíveis e invisíveis; e em um só Senhor Jesus cristo, o Filho de Deus 
gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, 
Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não feito, de uma
 só substância com o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que
 estão no céu e as que estão na Terra; o qual, por nós homens e por 
nossa salvação, desceu, e se encarnou e se fez homem e sofreu e 
ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente deve vir e no 
Espírito Santo.
Segue-se a esta confissão os juízos emitidos em relação a alguns ensinos heréticos:
E a quantos dizem: “Ele era quando não era” e “antes de nascer, Ele 
não era” ou que “foi feito do não existente”; bem como a quantos alegam 
ser o Filho de Deus “de outra substância ou essência” ou “feito” ou 
“mutável” ou “alterável” a todos estes a igreja católica e apostólica 
anatematiza.43
Conclusão
Como se vê, a despeito das insatisfações de alguns, prevaleceu em 
Nicéia a idéia de formular um texto enxuto, sem muitas explicações e que
 agradasse ao máximo a todas as correntes. Se houve, portanto, uma 
atmosfera política por detrás do documento conciliar, esta foi a da 
neutralidade – desviar a questão para evitar mais divisões. Constantino,
 é bom lembrar, havia acabado de vencer Licínio na luta pelo poder e sua
 prioridade era manter o império unido. Um cisma no cristianismo não 
seria bem-vindo naquele contexto. Daí o tom neutro sobre um assunto que,
 em princípio, geraria muitas controvérsias.
No fim das reuniões, restou aos arianos o incômodo maior, pois, 
apesar das tentativas de neutralidade, o documento acabou ecoando uma 
antiga tradição apostólica que apresentava a Cristo como consubstancial 
ao Pai. E o mais curioso é que Eusébio e a maioria dos arianos assinaram
 o documento em concórdia com seu conteúdo. Apenas Ário e dois amigos se
 recusaram a fazê-lo.
O sentido exato destas assinaturas é difícil precisar. Contudo, vê-se
 como infundada a declaração de que Constantino seria o Pai da doutrina 
trinitária usada para atrair o politeísmo para a Igreja. Pelo contrário,
 vinha de Ário e Eusébio a tentativa de trazer uma doutrina politeísta 
para dentro do cristianismo, pois estes apresentavam a Cristo como um 
“segundo” deus, menor que o Pai, mas igualmente divino e que se 
assemelhava muito ao “demiurgo”, ou deus menor do gnosticismo 
alexandrino. Em Nicéia, em todo o caso, a Igreja pelo menos não tentou 
penetrar o mistério de Deus ou descrevê-lo como o fez Ário imbuído pela 
idéia de transcendência vinda da filosofia grega. Esta foi a verdadeira 
natureza da discussão que de modo nenhum pode ser tomada como a genitora
 de uma teologia trinitária.
Referências
1 Ennis Meier, “O Concílio de Nicéia, origem da crença em três deuses”. Disponível em <http://www.adventistas.com/artigos/html>. Acesso em 13 de janeiro de 2004. ↑
2 Ennis Meier, “História: como 
Constantino tornou-se o pai do dogma católico da Trindade”. Disponível 
em <http://www.adventistas.com/artigos/html>. Acesso em 13 de 
janeiro de 2004. Grifo acrescentado. ↑
3 Urias Smith, Daniel and Revelation
 – The Response of History to the Voice of Prophecy A Verse by Verse 
Study of These Important Books of the Bible (Mountain View, CA: Pacific Press, 1918), 558ss.; Stephen N. Haskell, The Story of the Seer of Patmos
 (Nashville, TN: Southern Publishing Association, 1977), 228-230. 
Haskell ainda estabelece o fato de que a Besta papal de Apocalipse 13 é 
uma institução que deveria surgir após a divisão de Roma em dez reinos, o
 que aconteceu apenas em 476 d.C. ↑
4 Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996), 52, 438 e 439. ↑
5 Sobre a importância da data de 538 
d.C. para o entendimento adventista da profecia, ver A. Timm, “A 
Importância das datas de 508 e 538 d.C. para a supremacia papal”, in Parousia (2005:1), 7-18. ↑
6 Irmão X, “Cristianismo é 
ridicularizado pelos ateus por causa da crença na Trindade”. Disponível 
em <http://www.arquivoxiasd.com.br/ateu.htm>, acesso em 22 de 
setembro de 2005. ↑
7 Ricardo Nicotra, “Eu e o Pai Somos Um” (São Paulo: Ministério Bíblico Cristão, 2004), 89. ↑
8 O decreto dominical constantiniano foi promulgado em março de 321. Seu texto pode ser encontrado no Codex Justinianus, Corpus Júris Civilis Codicis  Líber 3, tit. 12, parágrafo 3. ↑
9 Além do já mencionado erro de 
Nicotra, que atribui ao Concílio a mudança do sábado para o domingo 
(vide nota 7), autores como Dan Brown (autor do best seler O Código Da Vinci) sugerem que foi o Concílio de Nicéia que determinou
 o Cânon escriturístico, de modo que a Bíblia que temos hoje seria 
composta de acordo com o decreto constantiniano e não conforme um real 
desígnio de Deus. ↑
10 O título “pais da Igreja” será aqui
 usado em seu sentido técnico, conforme a adoção dos estudos de 
patrística e não no sentido católico de guardiões absolutos da ortodoxia
 cristã. ↑
11 F. Ardusso, “Tradizione”, in: G. Barbaglio, S. Dianich, Nuovo Dizionario di Teologia (Roma: Paoline, 1979), 1772. ↑
12 Esta equiparação com a Bíblia não é
 sempre explícita, na literatura católica, mas é facilmente detectada 
nas entrelinhas do discurso. É que o catolicismo, especialmente aquele 
posterior ao Vaticano II, parece ter compreendido a impopularidade 
teológica de tal afirmação diante do mundo protestante.  A primeira 
redação da Constituição dogmática Dei Verbum, que mantinha ainda a
 concepção católica de duas fontes de revelação (Bíblia e Tradição) 
recebeu uma severa intervenção do bispo belga De Smedt que convenceu o 
comitê a reformular completamente o texto original. Ele declarou: 
“Segundo o nosso parecer, o esquema atual falha notadamente em seu 
caráter ecumênico. Ele não representa progresso para o encontro com não 
católicos, mas um empecilho; muito mais: é prejudicial.” Citado por João
 Batista Libânio, Teologia da Revelação a partir da Modernidade (São Paulo: Loyola, 1992), 386. Para uma discussão pré-conciliar sobre esta questão veja: Pierre Benoit, L’actualité dês pères de l’Eglise (Neuchâtel: Éditions Delachaux et Niestlé S.A., 1961), 10-15; F. Cayré, Patrologie et Histoire de la Theologie (Paris: Desclée & Cie, 1953), 3-7; J. Quasten, Iniciation aux peres de l’Eglise (Paris: Ed. Du Cerf, 1955), 4-8. ↑
13 Reynold Seeberg, Manual de Historia de las Doctrinas (Buenos Aires: Casa Bautista de Publicaciones, 1967), 1: 29-37; J. N. D. Kelly, Early Christian Doctrines (Londres: A&C Black, 1977), 21-37. ↑
14 Embora este termo seja tardio 
(século XV), seu conceito já está presente nos primeiros escritos 
apologéticos do cristianismo. Cf. David W. Bercot, [ed.], A Dictionary of Early Christian Beliefs (Peabody, MA: Hendrickson Publishers, 2003), xiii. ↑
15 Walter Bauer foi o pioneiro a chamar a atenção para a falta de unidade doutrinária nos primeiros séculos do cristianismo (Orthodoxy and Heresy in Earliest Christianity, eds.
 Robert A. Kraft, Gehard Krodel [Philadelphia: Fortress Press, 1971]). 
Mas hoje reconhece-se que, embora seu insight esteja correto, houve um 
exagero em suas conclusões. Ele chega a afirmar que “os hereges eram 
maioria em relação aos ortodoxos” (p. 194). A tendência atual, conforme 
observa J. R. Flora – que fez uma tese sobre o trabalho de Bauer, é que,
 a despeito da diversidade, havia uma unidade de pensamento nalguns 
pontos centrais que permitia configurar o que constituía pensamento 
cristão ou ensino dissidente. Cf. Jerry Rees Flora, A Critical Analysis of Walter Bauer’s Theory of Early Christian Orthodoxy and Heresy, PhD Dissertation (Louisville: Southern Baptist Theological Seminary, 1972). ↑
16 Compare, por exemplo, o uso do termo em Dionísio de Alexandria (Fragmentos extensos V, 15) e Dionísio de Roma (Contra os sabelianos 1). ↑
17 A. Roberts., e J. Donaldson, [eds] Ante-Nicene Fathers (New
 York: Charles Scribner’s Sons, 1913), esta coleção antiga traz uma 
tradução em inglês dos textos patrísticos.  H. Lubac, J. Danielou, et. 
alli, Sources Chrétiennes (Paris: les édition du Cerf, 1941), 
esta é a mais importante coleção de textos dos Pais da Igreja. Ela traz o
 texto original em grego, latim, copta etc. ladeado de uma tradução para
 o francês. Além disto apresenta as variantes que possam existir entre 
um e outro manuscrito. Salvo indicações em contrário, vamos seguir aqui a
 numeração da Ante Nicene Fathers. ↑
18 Tertuliano, Sobre a Modéstia, XXI. ↑
19 Orígenes, Dos Princípios,  
I, 3,2. O original grego perdeu-se; o que nos resta são pequenas 
citações e uma tradução latina feita por Rufino. Assim, é possível que 
Orígenes tenha utilizado o termo TriadoV que veremos nos textos de 
Teófilo de Antioquia. ↑
20 Teófilo, A Autólico, XV ↑
21 Clemente, I Epístola aos Coríntios, XLVI. ↑
22 Eusébio de Cesaréia, História Eclesiástica, III, 36, 5-11. ↑
23 Inácio, Epístola aos Tralianos, VII, (recensão curta). ↑
24 Idem, (recensão longa). Para uma 
revisão bibliográfica do debate acerca das recensões textuais de Inácio,
 com acentuada defesa da recensão longa, veja Ch. Monier, Où en est la question d’Ignace d’Antioche? Bilan d’un siècle de recherches 1870-1988, in Aufstieg und Niedergang der römischen Welt [Hildergard Temporini e W. Haase, organizadores] (Berlim e Nova Iorque: Walter de Gruyter & Co., 1993), II. 27.1, 359-484. ↑
25 Justino, I Apologia, VI. ↑
26 Atenágoras, Súplica pelos Cristãos, X. ↑
27 Idem, XI. ↑
28 Idem,  XXIII. ↑
29 Ireneu, Contra Heresias,  V, XI, 2 ↑
30 Idem, IV, XX, 2 e 3. ↑
31 Hipólito: Fragmentos de Comentários, 10 (ANF, vol. V, 174.) ↑
32 Hipólito, Contra Noeto, 14. ↑
33 W. Walker, História da Igreja Cristã (Rio de Janeiro: JUERP/ASTE, 1980), 105. ↑
34 Cipriano, Epístolas, LXXII, 5. ↑
35 Idem. ↑
36 Bárbara Aland, et. alli., [eds], The Greek New Testament, Forth Revised Edition (Stutgart: Deutsche Bibelgesellschaft /United Bible Societies, 2001), 819. ↑
37 Cipriano, Tratados, I, 6. ↑
38 E. G. White, Ibid., p. 580. ↑
39 Idem, p. 56. ↑
40 Bernard Lohse, A Fé Cristã Através dos Tempos (São Leopoldo, RS: Sinodal, 1981), 57. ↑
41 Uma reprodução da carta de Constantino pode ser encontrada em Eusébio de Cesaréia, Vida de Constantino, II, 64-72. ↑
42 Um exemplo está no livro de Ricardo Nicotra,  88. ↑
43 O texto original em grego com uma antiga versão latina encontra-se em Henrique Dezinger e Clemente Bannwart, Enchiridion Symbolorum – definitionum et declarationum de rebus fidei et morum Friburgo: Herder and Co., 1922, , p. 29 [credo 54]. ↑
Fonte: Revista Parousia, 2° Semestre de 2005, UNASPRESS
* Retirado do site: http://centrowhite.org.br/pesquisa/artigos/trindade-um-dogma-de-constantino/
 
 
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