INTRODUÇÃO
Grande polêmica
tem surgido através dos séculos, em torno da doutrina da Trindade.
Os unitaritas
ou antitrinitaristas defendem ardorosamente que a doutrina da Trindade é
estranha à Palavra de Deus, chegando alguns a afirmarem que ela é de origem
pagã.
Sendo que o
assunto é tão empolgante e sobremodo importante, no plano da salvação, ele deve
ser pesquisado na Bíblia, porque ali encontraremos a orientação divina para
dirimir as dúvidas.
Sem idéias
preconcebidas vejamos o que ela tem a dizer sobre o assunto. Através de toda a Palavra de Deus
os autores inspirados fazem várias referências a três seres divinos
cognominando-os como Criador, Deus, Salvador ou Redentor e apresentando-os
sempre como dignos de receberem adoração, honra e louvor.
COMENTÁRIOS
GERAIS SOBRE O TEMA
Desde a
infinita eternidade, três são os que regem o universo. Iguais em onipotência,
onisciência, onipresença, em substância, em glória e em eternidade. São três
santos, três grandes poderes, três pessoas, quer dizer três seres independentes
um do outro. Cada um deles é chamado Deus. Como sempre se encontram unidos em
obras e propósitos, a Bíblia os identifica, muitas vezes, em sentido coletivo
como Deus, que seria igual à Trindade. Quando o nome de Deus é usado em sentido
coletivo, aparece escrito no plural (hebraico Eloim = Deus) e isto ocorre mais
de 2.500 vezes no Velho Testamento. Outros defendem que Eloim seja apenas um
plural majestático.
Em nossos dias
os mais acérrimos inimigos da Trindade são as Testemunhas de Jeová que com ares
doutorais afirmam que não pode haver trindade porque este termo não se encontra
na Bíblia. Se não há trindade porque a palavra não se encontra na Bíblia,
também não deve haver "Salões do Reino", "Reino
Teocrático", "Milênio", "Bíblia", pois estas
expressões não se encontram nas Escrituras Sagradas. Inegavelmente a palavra
"Trindade" não se acha na Bíblia, mas a sua doutrina ali se encontra
e isto é o mais importante.
Aliás, diga-se
de passagem, que a seita que estamos analisando não aceita a palavra Bíblia
(usada pela primeira vez por Crisóstomo para a Palavra de Deus). Parece-nos que
a preocupação primordial deste povo é trazer discussão infindável a respeito de
nomes, preocupando-se com o acessório em desprezo do fundamental.
No folheto,
distribuído pela Torre de Vigia, A
Trindade – Mistério Divino ou Mito Pagão, defendem que a idéia de Trindade
procede de povos pagãos como os egípcios, hindus, babilônios e gregos. Entre
estes povos não existe uma idéia de Trindade encontrada na Bíblia, mas de uma
tríade, formada de um deus, sua esposa e o filho. Neste mesmo folheto há ainda
a afirmação de que a trindade se originou com Ninrod (Gên. 10:9) que se casou
com a própria mãe. Estas afirmações não merecem nenhum crédito da nossa parte.
A palavra
trindade do latim "Trinitas"
foi formada por Tertuliano, na última década do segundo século AD. Significa a
coexistência do Pai, do Filho e do Espírito Santo na unidade da Divindade.
Embora não seja um termo bíblico, representa a cristalização do ensino da
Bíblia que nos esclarece sobre seus componentes – Pai, Filho e Espírito Santo.
Outro problema
que se nos apresenta neste estudo é o seguinte: sendo a mente humana finita não
alcança o infinito, portanto em muitos aspectos, Deus, Cristo e o Espírito
Santo são mistérios. Quantos de nós podemos entender o que ê a vida? Quantos
são capazes de explicar a Teoria da Relatividade de Einstein? Quem entende
exatamente o que é a eletricidade? Vamos negar a trindade, tão claramente
revelada nos Escritos Sagrados, porque ela transcende a nossa limitada
compreensão?
Não há
cabimento em negar a trindade tão evidente dos textos bíblicos, por ser difícil
harmonizar a coexistência de três pessoas distintas na Divindade Única. Fiquem
conosco as palavras de Pascal: "Há uma infinidade de coisas que a razão
não pode atingir. Resolvam-se todas as questões, expliquem-se todas as palavra
da Bíblia, e ainda ficarão as maiores dificuldades para exercício da nossa fé:
a origem do mal, o mistério da divina presciência e da livre ação, e muito
ainda sobre o plano da redenção. E nesta consideração diremos sempre: 'Ó
profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos'." –
História, Doutrina e Interpretação da
Bíblia, pág. 280.
A negação da
trindade tem sido uma constante das religiões não cristãs, as Testemunhas de
Jeová são os mais veementes, mais perigosos e mais fanáticos atacantes desta doutrina
cristã. Para eles a trindade é anti-racional, pois justificam: se aceitarmos
que Jesus é Deus como podemos continuar dizendo que Deus é um? Crêem como Ário
– o ancestral de suas idéias heréticas – que a divindade de Cristo não pode
coexistir com a unidade de Deus.
Os cristãos não
crêem que há "três deuses em um", como afirma o livro Seja Deus Verdadeiro, página 81; mas
crêem na existência de três pessoas, todas da mesma substância, coeternas,
coexistentes e coiguais.
Eles negam
ainda a trindade por afirmarem que esta doutrina se choca com a
"razão" que é o critério usado por eles para a aceitação de doutrinas
bíblicas. Em defesa desta idéia citam Isaías 1:18: "Vinde, pois, e
arrazoemos"; para concluírem que o ensinamento da trindade ê impenetrável
à razão. O mesmo Isaías, capitulo 55:8 e 9 afirma: "Porque os meus
pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus
caminhos diz o Senhor; porque, assim como os céus são mais altos do que a
terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os
meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos". Estas
assertivas não significam que a razão e o pensamento devam ser abandonados, mas
sim que o homem é incapaz de conhecer a mente, natureza ou pensamentos de Deus
em toda a sua plenitude. Deus não convida o homem a questionar sobre problemas
que a mente humana por ser finita não alcança. Seria a razão humana um elemento
válido para determinar uma doutrina bíblica? Evidentemente não.
As Testemunhas
de Jeová em seu livro Seja Deus
Verdadeiro afirmam: "Seria um mistério se a trindade fosse
verdadeira". Seria um mistério mesmo a exemplo do surgimento do pecado no
céu e de muitas coisas relacionadas com o plano da salvação. Eles sentenciam
peremptoriamente: "A Bíblia não contém mistérios divinos, mas sim sagrados
segredo. Há uma vasta diferença entre um segredo e um mistério. Um segredo é
meramente o que não foi feito conhecido, mas um mistério é aquilo que não pode
ser conhecido".
Qualquer
dicionário nos comprovará que esta afirmação é improcedente. Eis o que nos diz
o Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua
Portuguesa:
Mistério –
objeto de fé religiosa, e que é impenetrável à razão humana, segredo, enigma,
tudo o que é incompreensível.
Segredo –
aquilo que não está divulgado, mistério, coisa misteriosa, impenetrável.
Diz Sabatini Lalli, no livro Logos Eterno, páginas 77 a 78:
"Não
podemos entender as verdades que se relacionam com a Doutrina da Trindade, mas
reconhecemos que elas constituem parte integrante da Revelação de Deus...
"Se não
compreendemos a Doutrina da Trindade, não obstante reconhecê-la e aceitá-la
como verdade revelada, é porque ela é tão transcendente quanto o próprio Deus.
A Doutrina da Trindade é verdadeira, não porque possamos entendê-la, mas porque
é um fato da revelação. Não podemos negá-la, porque, para fazê-lo,
precisaríamos mutilar as Escrituras e, se o fizéssemos, além de não trazer
nenhuma vantagem para a nossa inteligência, na solução do problema de Deus,
esta atitude, altamente sacrílega, nos colocaria debaixo do anátema que pesa
sobre os que tiram verdades das Escrituras ou lhas acrescentam! Deus, não
obstante ser a mais gloriosa das realidades, é mistério com Trindade ou sem
ela!"
É bom sabermos
que a Revelação é obra de Deus, mas a especulação é a obra prima de Satanás.
Um estudo
acurado das verdades bíblicas nos revelará que o Pai, o Filho e o Espírito
Santo são distintos e ao mesmo tempo completamente um. Esta declaração é um
mistério que não nos foi revelado porque está além da nossa compreensão.
O mesmo autor
mencionado acima, na página 61 cita as palavras de Boettner muito adequadas ao
nosso assunto:
"Não temos
obrigação de explicar estas verdades; somos entretanto, obrigados a sustentar
aquilo que Deus revelou na Sua Palavra e, também, somos obrigados, tanto quanto
possível, a evitar que as afirmações da Palavra de Deus sejam mal interpretadas
ou sofram objeções improcedentes. Tudo quanto sabemos a respeito de tão
profundas verdades, é aquilo que o Espírito Santo tem revelado a respeito
delas, e cremos que tudo quanto Deus revelou é indubitavelmente verdade e deve
ser crido, ainda que a nossa razão não possa sondar as suas profundezas",
Como bem
conclui Walter R. Martin, no livro The
Kingdom of the Cults, página 57: "A verdade é que a Torre de Vigia
rejeita a doutrina da Trindade e outras doutrinas fundamentais do Cristianismo
não porque elas sejam misteriosas, mas porque as Testemunhas de Jeová estão
determinadas a reduzir Jesus, o Filho de Deus a uma criatura ou "um segundo
deus" a despeito de todas as evidências bíblicas."
Os unitaristas
afirmam que a fé na Divindade de Cristo põe em jogo o monoteísmo da Bíblia. O Comentário Adventista, Vol. 5, página
911 afirma: "A Igreja cristã se defronta com o paradoxo de um monoteísmo triúno
e o mistério de um Deus encarnado, conceitos que transcendem a compreensão
finita e desafiam definição e análise conclusivas."
Eis o que dizem
os russelitas sobre a Trindade: "Tal doutrina não é de Deus". – Seja Deus Verdadeiro, página 100.
"A evidente conclusão é que Satanás é o originador da doutrina da
trindade". – Idem, página 101.
Os russelitas
não foram os primeiros antitrinitaristas, porque estudando a História
Eclesiástica encontramos muitos predecessores dos jeovistas que não souberam
harmonizar a unicidade de Deus, defendida nas Escrituras, com a multiplicidade
de passagens, que nos provam a existência de três seres. Por provar a
existência destes três estará a Bíblia defendendo o politeísmo? De modo nenhum.
PROVAS
BÍBLICAS DE QUE HÁ UM
DEUS
A Bíblia nos
prova que há um só Deus, como podemos ver em: Deut. 6:4; Mar. 12:29; Rom.
16:27; 1 Cor. 8:4-6; Gál. 3:20; Tiago 2:19; Efésios 4:6; 1 Tim. 1:17; Judas 25.
Em Isaías 44:6;
45:6, 22 e 46:9 há a declaração de Deus que Ele é único e que além dele não há
outro Deus.
Como nenhum
deles é maior, a Bíblia os apresenta sem uma ordem determinada: ... o
Espírito... o Senhor ... Deus – I Cor. 12:4-6; Senhor Jesus Cristo ... Deus ...
Espírito Santo – II Cor. 13:13; Espírito do Senhor ... Deus ... o Santo –
Isaías 40:13-25; um Espírito... um Senhor ... um Deus ... – Efésios 4:4-6;
Santo, Santo, Santo ... – Isaías 6:3: Apoc. 4:8.
Os nomes – Pai,
Filho, Espírito Santo designam a obra que cada um deles fez quando o plano da
redenção foi posto em ação. Há uma hierarquia no plano da redenção.
Em uma nota da Lição da Escola Sabatina do dia 12 de
setembro de 1980 havia esta declaração: "O Espírito Santo é Deus. O
Conselheiro, Consolador e Ajudador de todos os cristãos. Deus o Pai é o Criador
e Sustentador; Deus o Filho é o Salvador e Redentor; Deus, o Espírito Santo, é
Deus que permanece ao lado das pessoas.
JESUS É DEUS
As Escrituras
Sagradas nos esclarecem que Cristo é Deus. Estas provas, já estudadas ao vermos
a sua divindade, se encontram, especialmente, nas seguintes passagens, aliás
muito evidentes para serem negadas por pessoas que afirmam crerem na Bíblia e
negarem com tanto ardor que Cristo não é Deus: João 1:1; 5:18; 10:28-33; 20:28;
Atos 20:28 (Igreja de Deus, isto é Cristo); Rom. 9:5; Fil. 2:6; Col. 2:9; Heb.
1:8; II Ped. 1:1; 1 João 5:20.
O
ESPIRITO SANTO É DEUS
Nomes para o
Espírito Santo no Novo Testamento:
a)
Espírito de Deus – Rom. 8: 14.
b) Espírito
de Cristo – Rom, 8:9.
c)
Espírito do Pai – Mat. 10:20.
d) Espírito
do Senhor – II Cor. 3:17.
e)
Espírito Santo – Atos 2
f)
Espírito de sabedoria e revelação – Efés. 1:17.
g) Espírito
de poder, de amor... – II Tim. 1:7.
h) Espírito
de adoção ou oração – Rom. 8:15.
i)
Espírito de santificação – Rom. 1:4.
j)
Espírito de vida – Rom. 8:10.
k) Espírito
de mansidão – I Cor. 4:21.
l)
Espírito de consolo – Atos 9:31.
m)
Espírito da glória - I Ped. 4: 14.
n)
Espírito de selagem, garantia da vida eterna – Efés.
1:13-14.
o)
Espírito de todas as bênçãos carismáticas cristãs – I
Cor. 12:4.
p)
Espírito da verdade – João 16:13.
Dentre as
muitas afirmações das Testemunhas de Jeová sobre o Espírito Santo, as duas mais
destacáveis são estas:
1ª.) – "O
Espírito Santo ê a força ativa e invisível de Deus, que move seus servos a
fazerem a Sua vontade". Seja Deus
Verdadeiro, página 108.
2ª.) – "O
Espírito Santo não é um Deus, nem o membro de uma trindade, não é coigual, nem
é mesmo um ser pessoal". – Jehovah
of the Watch Tower, pág. 432.
As páginas
inspiradas nos informam que o Espírito Santo é "outro" Deus, porque
possui os atributos de Deus, tais como:
Santidade –
Efésios 4:25-32;
Eternidade –
Heb. 9:14, e 88 vezes nos livros do V.T.;
Onipotência –
Atos 1:8 (virtude e poder);
Onisciência – I
Cor. 2:10-11;
Onipresença –
João 14:16; Salmos 139:1-10;
Doador da vida
(junto com Jesus) – João 6:63;
Pode
blasfemar-se contra ele – Mat. 12:31 (Blasfêmia é um pecado contra Deus);
Atos 5:3 e 4
afirma que Pedro declarou a Ananias que havia mentido ao Espírito Santo, isto
é, a Deus.
"Precisamos
reconhecer que o Espírito Santo, que é tanto uma pessoa como o próprio Deus,
está andando por esses terrenos. Manuscrito 66, 1899." – citado em Evangelismo, página 616.
"O
Espírito Santo tem personalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso
espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma
pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem
ocultos na mente de Deus. Manuscrito 20, 1906." – Evangelismo, 617.
Os atributos
que a Bíblia atribui ao Espírito Santo são de um ser, e não de "um poder ativo"
de uma influência.
O Espírito
Santo:
–
fala
- I Tim. 4:1
–
guia, ouve -
João 16:13
–
ensina
- João 14:26; Luc. 12:12
–
convence -
João 16:8
–
emociona-se -
Efés. 4:30
–
consola
- Atos 9:31
–
intercede - Rom. 8:26-27
–
comissiona -
Atos 13:4
–
tem o Seu nome entre os de outras pessoas - Atos15:28
–
ama
- Rom. 15: 30.
Kant outorga
três atributos a uma personalidade: Inteligência, Vontade e Emoção. Estes três
atributos são encontrados no Espírito Santo.
Inteligência -
I Cor. 2:10-11; Atos 15:28;
Vontade - I
Cor. 12:11; Efésios 4:30; João 15:26; 16:8;
Emoção - Rom.
15:30; Efésios 4:30; Isaías 63:10.
Antônio Neves
de Mesquita no livro A Doutrina da
Trindade no Velho Testamento, p. 37, declara: "O termo Parakletos
jamais foi traduzido por 'conforto' e sim 'confortador', pois só assim expressa
trabalho de Pessoa. Quando Jesus disse que mandaria o Seu espírito, não quis
dizer o espírito pessoal, à parte de sua pessoa, mas o Vigário, o Consolador ou
'o outro Consolador', indicando a outra pessoa da Divindade".
Ainda um
ponderável argumento para provar que o Espírito Santo é da mesma natureza de
Deus se encontra no conhecimento das palavras gregas allov - álos e - héteros.
Em português traduziremos as duas palavras por outro, mas álos é outro
da mesma qualidade, enquanto héteros é outro de natureza diferente, contrária.
Na expressão: outro Consolador de João 14: 16, temos allov indicando que o
Espírito Santo é da mesma qualidade de Deus. Em Gálatas 1:6 Paulo afirma:
"Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na
graça de Cristo para outro evangelho." O vocábulo grego neste caso é héteros - outro, diferente.
Há passagens na
Bíblia onde as três pessoas da trindade aparecem juntas, comprovando a
existência de três pessoas distintas. Dentre estas passagens as duas mais
significativas são:
1ª.) – A
fórmula batismal em nome do Deus trino, colocada nos lábios dos apóstolos pelo
próprio Cristo – Mat. 28:19.
"Há três
pessoas viventes no trio celestial, no nome destes três poderes (o Pai, o Filho
e o Espírito Santo), aqueles que por uma fé viva recebem a Cristo são batizados
... os três grandes poderes do céu são testemunhas, são invisíveis, mas
presentes". Manuscrito 57, 1900 SDABC, Vol. VI, página 1074.
2ª.) – A bênção
apostólica de II Cor. 13:13 onde atributos diferentes são atribuídas a cada
pessoa da Divindade.
No Velho
Testamento estudiosos têm apresentado Isaías 48:12-16 como uma prova para a
Trindade, pois quem fala é Cristo, mas há o relato de mais dois seres.
O verso 16
declara: "... o
Senhor Jeová Me enviou e o Seu Espírito".
A tradução da
Bíblia feita por Figueiredo traz a seguinte nota ao pé da página sobre este
verso: "Esta cláusula mostra que quem aqui fala de si, não é Isaías, como
querem os rabinos, mas o Filho de Deus, anunciando a Sua encarnação. (Vol. III,
p. 136).
Além destas a
trindade é evidente nas seguintes passagens: João 14:16; Efés. 4: 4-6; 1
Pedro1:2; Judas 20-21.
O
ESPÍRITO DE PROFECIA
E A TRINDADE
Existem
categóricas declarações da pena inspirada sobre três pessoas da Trindade, como
nos indicam as seguintes:
"Há três
pessoas vivas pertencentes à trindade celeste; em nome destes três grandes
poderes - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - os que recebem a Cristo por fé
viva são batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu
em seus esforços para viver a nova vida em Cristo." – O Evangelismo, p. 615.
"Mantende-vos
onde os três grandes poderes celestes, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sejam
a vossa eficiência. Estes poderes operam com quem se entrega irrestritamente a
Deus".
The Southern Watchman, 28-2-1904, p.
122.
"A nossa
santificação é obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É o cumprimento do
concerto que Deus fez com os que com Ele se unem, para permanecerem com Ele,
com Seu Filho, e com o Espírito Santo em santa comunhão". – The Signs of the Times, 19 de junho de
1901.
Três
Dignitários Eternos – "Os eternos dignitários celestes - Deus, Cristo e o
Espírito Santo - munindo-os [aos discípulos] de energia sobre-humana, ...
avançariam com eles para a obra e convenceriam o mundo do pecado." – O Evangelismo, p. 616.
A citação de Deut. 6:4 – "Ouve, Israel, o
Senhor nosso Deus é o único Senhor" como prova do unitarismo divino ou
contra a Trindade requer uma explicação.
Devemos fazer
distinção entre duas palavras hebraicas: ekhad
que significa união, do verbo yakhâd =
unir; e yakhid, que quer dizer
solitário, só um, unicamente. Em Deut. 6:4 se encontra ekhad, mas em Gên. 22:2, 12, 16 a palavra usada é yakhid (Nota: Estas palavras hebraicas
têm sido transliteradas de outras maneiras como erad, yarad e yarid; echad,
yachad e yachid).
Uma tradução de
Deut. 6: 4 mais consentânea com o original hebraico seria: - Deus, Jeová é
unido, ou os Deuses Jeová são unidos.
É útil ainda
sabermos que em hebraico existe uma unidade simples ou absoluta e uma unidade
composta. Em Gênesis 22:2, 12, 16 há referências a uma unidade simples – yakhid, mas em Deut. 6:4 a unidade é
composta - ekhad. Logo Deut. 6:4
traduzido com mais fidelidade do original hebraico ficaria assim: "Ouve, ó
Israel: Jeová nosso Deus, é Jeová único composto,
Em Gên. 2:24
temos a afirmação tornando-se os dois uma só carne - bosor ekhad. Será que os dois são um quantitativamente? Não. Eles
são um na unidade de propósito, de ideal... A unidade do marido e da esposa
está na unidade dos corpos, na comunidade de interesses e uma reprocidade de
afeições.
A passagem de I
João 5:7, que aparece em algumas traduções: "Porque três são os que
testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, e estes três são
um" não deve ser usada para provar a Trindade, porque todas as evidências
textuais nos provam que não aparece nos manuscritos gregos anteriores ao século
XVI. A Crítica Textual tem chegado a algumas conclusões sobre esta passagem.
Dentre estas a mais viável para mim seria a seguinte: Considerando que não se
encontra nos manuscritos unciais e na quase totalidade dos cursivos;
considerando que não aparece em todas as versões antigas, com exceção da
latina; considerando que nunca foi citada pelos Pais da Igreja, em seus
escritos, em defesa da doutrina da Trindade, conclui-se que, inegavelmente foi
uma interpolação posterior
"As Três
testemunhas celestiais" ou Comma Joanina, como é conhecida pela Crítica
Textual, surgiu segundo tudo indica de um comentário exegético que um copista
colocou, à margem, do texto que estava copiando. Um copista posterior, achando
que eram palavras próprias para o contexto, as inseriu na cópia que estava
fazendo, mas por legítimo direito não pertencem ao texto sagrado.
NOTA: Antes de
concluir que quem escreveu isto está ensinando heresias seria bom estudar bem o
assunto; inclusive nos livros adventistas como:
Problems in Bible Translation e o Comentário Adventista para concluir que
estamos escudados em fatos e não em cogitações.
Seria ainda de
bom alvitre que todos os que se interessam pelo estudo da Bíblia, tivessem
noções de Crítica Textual Bíblica. As ponderações que tenho recebido neste
sentido não me têm impressionado muito, porque já há bastante tempo sei que a
ignorância está ao alcance de todos, mas não o saber.
QUADRO SUCINTO DA
TRINDADE
Este quadro foi
apresentado por Arnaldo Christianini em Radiografia
do Jeovismo, pág. 86.
PAI
|
FILHO
|
E. SANTO
|
|
1. É Deus
|
Isa.
40:28;
Êxo. 20:2 e outros.
|
Rom.
9:5;
S. João
1:1;
|
Atos
5:3 e 4 ú.p.;
|
2. É eterno
|
Gên.
21:23;
Sal.
90:2.
|
Miq.
5:2; Isa.9:6.
|
Heb.
9:14.
|
3. É Criador
|
Isa.
42:5;
Atos
17:24.
|
João
1:3;
Heb.
1:10.
|
Gên. 1:2; Sal. 104:30; Jó 33:4.
|
4. É
onisciente
|
Prov.
15:3;
Sal.
33:13.
|
S. Mat.
9:4;
S. João
2:25.
|
I
Cor. 2:10, 11;
Isa.
40:13, 14;
|
5. É
onipotente
|
Gên.
28:3;
Apoc.
1:8.
|
S. Mat.
28:18.
|
Salmo
139.
|
6. É onipresente
|
Sal.
139:1, 8.
|
S. Mat.
18:20;
S. Mat.
28:20.
|
Sal.
139:7-10.
|
7. É Senhor
|
Sal.
86:12;
Ezeq.
13:20.27.
|
S. Mat.
14:22;
S. Mar.
16:29.
|
II
Cor. 3:17, 18.
|
8. É
Recriador
|
Isa.
65:17.
|
II Cor.
5:17.
|
S.
João 3:6.
|
9. Tem mente
|
Rom.
11:34.
|
I Cor.
2:16.
|
Rom.
8:27.
|
10. É Jeová
|
Isa.
40:28, etc.
|
Ver "Cristo
identificado com Jeová"
|
Atos
28:25 com
Isa.
6:3, 9,10.
|
11. É santo
|
Isa.
6:3; 5:16;
Apoc.
4:8.
|
Atos
3:14;
S. Luc.
1:35.
|
II
Cor. 13:13, e inúmeros.
|
12. É a Verdade
|
Jer.
10:10;
Zac.
8:8.
|
S. João
14:6.
|
I S. João 5:6 ú.p.;
S.
João 16:13.
|
13. Revela
|
Dan.
2:28.
|
S. Mat.
11:27;
S. João
1:28.
|
I
Cor. 2:10;
Efés.
3:5.
|
14. É Presciente
|
Isa.
46:10.
|
S. Mat.
24:5-41;
S. Luc.
22:31.
|
Atos 1:16; Heb. 9:8;
II S.
Ped. 1:21.
|
Do exposto
chega-se a uma tríplice conclusão:
1ª. Se as
Escrituras Sagradas chamam tanto o Pai, quanto o Filho e o Espírito Santo de
Deus, é porque há três seres, formando portanto uma Trindade.
2ª. Jamais deve
ser esquecido o fato de que seus autores eram na maioria judeus, portanto
intransigentes defensores do monoteísmo.
3ª. A doutrina
da trindade não é uma verdade insignificante, porém a mais profunda e
extraordinária das revelações de Deus. A revelação desta verdade constitui a
base de todas as outras grandes revelações divinas. Deus é na verdade uma
Unidade, ou quem sabe com uma expressão que transmita melhor a idéia original
de Deut. 6:4, é uma triuniformidade ou Trindade.
A tradução de
Fenton que melhor procurou transmitir a idéia contida no original em Deut. 6: 4
assinala: "Nosso Deus sempre vivente é uma Vida Indivisa".
Seria
interessante destacar que fala de uma "Vida Indivisa" e não de uma
Pessoa Indivisa.
Por: Dr. Pedro Apolinário
Parabéns, Pr. Eleazar Domini, por este site.
ResponderExcluirSeguramente, ha muita informação preciosa nele.
Que Deus lhe guie sempre pastor Eliezer !
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