Em contraste com as exposições de divindades mitológicas
apresentadas com características humanóides em histórias e monumentos
antigos originais às civilizações que as cultuavam, o Deus apontado na
Bíblia como o alvo das afeições israelitas e tido como o Criador e
Mantenedor de toda a Sua variada gama de seres é especificado em
natureza e caráter totalmente diferentes aos atributos dos ídolos
gentílicos. No compêndio sagrado, Yahweh, o Deus de Israel é
categorizado nestes pormenores:
(1) Um Ser cuja autonomia e
singularidade existencial é ímpar em toda a eternidade, O destacando
como o único Ser dotado de tais características.
(2) Ele
é incognoscível às abstrações de Suas criaturas, posto Sua substância e
completude não serem passíveis às interpretações externas, visto
patentear-Se como uma inteligência incriada, atemporal, adimensional,
auto-existente, infinita, imortal e consequentemente: onipotente,
onisciente e onipresente. Nestes termos, caso uma de Suas criaturas O
observasse, não conseguiria descrever qualquer traço da imagem dEle,
pois aquilo não pertence à qualquer ramo de conhecimento da realidade
criada, não sendo suscetível à submissão numa análise técnica. Em
contrapartida à ineficácia em definí-lO, o indivíduo não resistiria à
cativação que o cenário impõe, porque apesar da aparência ser
indescritível, não repelia ou negaria a magnitude da sublimidade da
aparição cuja hegemonia e harmonia revelariam a beleza imensurável da
inegável fisionomia, que na mais maestral tentativa humana de abordá-la,
soaria ínfima frustração metafórica. Portanto, Ele se situa um grau
acima de qualquer gênero cosmológico que se possa verificar.
(3) Yahweh é a realidade primária de onde todas as ramificações secundárias surgiram.
Ele é a Matriz Nutriz Motriz: a fonte geradora, a bateria alimentadora e
o motor propulsor de todas as arquiteturas animadas e inanimadas de Sua
criação. Constitui-se como o Antecedente Primário na escala da
biogênese (lei da biologia que preconiza a concepção de um ser vivo a
partir de outro ser vivo), o canal principal que eclodiu tudo inerente
ao Universo e que o mantêm ativo. Ao contrário da morte de um genitor
que não influi na sobrevivência de sua prole, a hipótese da morte de
Deus culminaria no perecimento de toda a realidade, visto esta existir
conectada à Ele. Ele é a Vitalidade Primordial da existência, pois
consolida-Se como uma Máxima Obrigatória enquanto Sua criação é projeto
facultativo de Sua deliberação, em outras palavras, só Ele existe
merecidamente.
(4) Na Bíblia, em mais realce no Novo Testamento, Yahweh é descrito
em três personalidades distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não
constituem-se três deuses, mas três seres unânimes e integrados
estruturando o único Deus. O documento testifica o organismo denominado
Deus como o Sistema de relacionamento triúno revelado em três autonomias
de uma consciência operando o mesmo fluxo existencial. Simplificando,
são três entidades, não fundidas ou fragmentadas, mas unificadas
naturalmente em Sua esfera que dinamizam entre Si e em Si mesmas
mutuamente e simultaneamente, reafirmando-se como o complexo indizível
chamado Deus. A Tri-Unidade são três autonomias intimamente integradas
formando a cognição de uma Consciência Diretiva: Deus.
(5) No plano da redenção humana,
efetivado em razão da queda do casal edênico que culminou no declínio
biológico, intelectual e social da raça humana, a Tri-Unidade forma uma
comissão interna que decide de antemão o programa de atuação na
realidade secundária caso o pecado fosse concebido no território de uma
civilização. Por ocasião da insurreição perpetrada no motim anárquico e
suicida do ex-primeiro ministro e vice regente da administração
universal, o querubim cobridor conhecido posteriormente como Satan, o
enganador, o sistema ameaçador após ser derrotado e arrojado para fora
do Terceiro Céu conseguiu guarida no planeta Terra ao vincular num
sofisma estratégico, a filiação de Adão e Eva, o que redundou na
usurpação do domínio sobre o mundo humano pelo Governo de Satan. Neste
sentido, consoante a suficiência de Sua sondagem futurista, a
Tri-Unidade decreta que o Filho (o segundo na descrição apresentativa da
Tri-Unidade) encarnará materializando-Se como um homem da descendência
humana a partir de uma concepção virginal cuja incumbência outorga a
transferência da pena humana de extinção eterna para Ele mesmo. Deus,
representado pelo Filho, encarnaria como um membro da raça caída e
sofreria o morticínio no lugar dos condenados, porém a conclusão só
seria plenamente aceitável na ausência de qualquer prática pecaminosa
enquanto vivo, visto a necessidade de manter-Se impoluto, antagônico e
infusível à qualquer pretensão da sociedade de Satan, revelando-Se
assim, adverso ao doutrinamento e afiliação da política do querubim
caído. O empreendimento não visava negociar um acordo de condições com o
diabo como uma transação sob aval de Satan, não foi e nunca será uma
cláusula de troca por persuasão da parte de Deus. A investida envolve a
digna, irrefutável e insuperável propiciação oriunda da suprema expiação
divina que proveu a libertação da humanidade pela Sua providência
imprescindível. A potência da magnitude do Filho encarna, revela-Se à
humanidade como o maior dom do Céu entre os homens, os assistem e os
curam, e por fim é vituperado e massacrado por Satan e seus aliados,
homens e demônios pactuados com o diabo para extinguir o Filho de Deus.
A morte da natureza humana do Filho não era apenas um critério, era uma consequência iminente, porque Satan não seria passível e inativo enquanto Jesus realizava Seu próspero ministério de seguidores, daí atacaria fortemente as tentativas do Messias até obter a oportunidade de O matar caso não conseguisse fazê-lO pecar. Então, aos nossos pecados serem depositados em Jesus, iniciou-se a obra funesta do satanismo na ânsia voraz de reduzi-lO à deploração. A humanidade estava nas mãos do diabo e o destino desgraçado dela foi transferido à Jesus. Os seres humanos pecaram contra Deus e Satan cogitava que a rebelião dos homens resultaria em abandono da raça por parte da Tri-Unidade, o diabo acreditava que não haveria escape para ela e Deus a votaria ao esquecimento e às consequências de Sua condição mortal. Deus era o único que poderia condená-la ou absolvê-la devido o pecado ser uma afronta e oposição à Sua Lei e Seu Governo. Deus decidiu não depois do pecado, mas antes da primeira das criações, formular o Plano da Redenção como recurso prévio à uma possível anomalia futura; Ele já tinha um “seguro de vida” para Seus filhos antes mesmo de gerá-los. Então, quando da inserção do problema em Seu universo intacto o pecado foi instalado, deu-se início ao resgate dos Seus santos: aqueles que aceitariam Seu sacrifício e amariam Seu reino. A propiciação foi o benefício gratuito que fiançaria o custo da infração que a humanidade nunca poderia pagar. Deus não poderia simplesmente perdoar os pecados e reverter as consequências, pois num universo lógico de causa e efeito, deve-se dar curso livre aos resultados de um erro dentro de uma complexidade, exceto se for oportunizado um conserto direto. Deus não somente perdoou, Ele consertou. Ele propiciou a resolução da anomalia contra Ele mesmo com Ele mesmo, isentando os criminosos das punições.
Agora a raça humana tem uma segunda chance mediante o reconhecimento da morte de Cristo, porém, apesar da salvação concedida, se requer do detentor a conversão à administração divina, tornando-se mordomo e difusor da aliança de Deus com os homens; caso contrário, por ocasião do segundo retorno definitivo de Cristo para tomar posse de Seu planeta usurpado pelo enganador e transportar Seus remidos para a Nova Jerusalém, haja ainda madura e vigente uma sociedade de indivíduos ligados à rebelião de Satan, serão todos aniquilados por proposital alta traição contra a Jurisprudência Superior. Satan será encarcerado juntamente com os anjos que angariou e os cadáveres dos mortos restritos neste planeta durante mil anos, enquanto todos os fiéis filhos de Deus ao longo das eras que morreram desde Adão e Eva serão ressuscitados e imortalizados; com estes se reunirão os justos vivos naquela última fase da história e serão conduzidos à capital do reino de Deus. Permanecerão durante mil anos em amplo processo de desenvolvimento e comunhão com as hostes imaculadas e os seres não-caídos do mundo superior e ao término do período, a Nova Jerusalém será fixada na Terra. Satan com seus anjos serão julgados juntamente com todos os ímpios dos milênios anteriores que negaram Yahweh e ao serem decretados culpados serão consumidos na combustão das chamas que incendiarão todo o mundo, preparando o território para a nova gênese de Yahweh.
A Tri-Unidade trabalha harmonicamente em prol da reconstituição humana: à princípio, o Pai manifestou Seus prodígios aos filhos de Sete (filho de Adão), manteve a família de Noé como o segundo pilar do domínio humano, favoreceu Abraão com a descendência prometida e libertou Israel do Egito instalando-o como uma nação poderosa. A promessa do Messias foi declarada no Éden e repassada de geração à geração, confirmada aos israelitas e concretizada aos judeus na evidência viva da pessoa de Jesus Cristo entre eles. Hoje, o Espírito Santo atua no mundo, convencendo, convertendo, inspirando e habilitando multidões a aguardarem o retorno definitivo e universal de Deus.
Deus é a Matriz Nutriz Motriz: o Superlativo Suprassumo e a Diretriz Plenipotenciária do primeiro domínio.
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